25 janeiro, 2013

Fé na Estrada, Dodô Azevedo

A maioria dos livros que eu escolho são por motivos singulares. Primeiro: Se ele é gostado/elogiado pela maioria, e, segundo: Se eu me interesso por toda a prévia que os blogs nos costumam dar. No entanto, o Fé na Estrada me foi na verdade uma exceção rara porque em nenhum dos dois motivos ele se encaixou! Rs. Mas, a surpresa está aqui: Ainda assim, eu gostei. 


Dodô Azevedo leu On the road de Jack Kerouac quando tinha 16 anos. A partir daí, sua vida não seria mais a mesma. Ele fez planos, mais de uma vez, de ir para os Estados Unidos refazer a viagem de Kerouac e resgatar a cultura beatnik, mas esse sonho se tornaria possível somente muitos anos depois, em 2003.






Nele, devido a não-ficção do livro, o personagem principal é o próprio autor: Dodô Azevedo, que se percebe um sonhador e fã irônico do Kerouac, e, mais especificamente ainda, do que ele escreveu e fez nos Estados Unidos anos antes. Coisa que, Dodô (E eu também, mas isso não vem-se ao caso) pretende e planeja desde os dezesseis, seguir.
Logo no começo, ele nos descreve - no passado - sobre a sua situação financeira nada instável e o que precisou fazer para "juntar" algum dinheiro e finalmente realizar o seu sonho, e refazer o sentido de sua vida á muito, pacata. Sonho que carrega-se em sinônimos: Crimes, drogas-não-experimentadas, paixões, poemas nacionais, caronas de desconhecidos, índios, e mais.
- Perdoe-me a pressa, tenho um país pra salvar - disse para o guarda da fronteira do Iowa, que tinha uma ficha completa na mão. Meu nome, telefone, RG, nacionalidade, nome do meu pai, nome da minha mãe, profissão.
NOME: Meu amor
SOBRENOME: Consciência do que se deve fazer
NOME COMPLETO DO PAI: Pouca consciência do que se deve fazer
NOME COMPLETO DA MÃE: Nenhuma consciência do que se deve fazer
Liguei o gravador. O guarda, Bob, Will ou Bill, leu e estranhou:
- Sr. Meu amor, temo que o que foi preenchido na ficha pelo oficial da fronteira de Indiana não coincida com os dados que estão em seu passaporte - disse.
- Me desculpe, oficial. Meu inglês, como pode perceber, não ser muito bom.
Ele tanto tinha dificuldades com a língua estrangeira que usava a cada nova conversa/pessoa um gravador, para só assim, desajeitadamente repetir o que foi gravado até que entendesse. E há, claro, mais um outro e essencial motivo para o gravador: Este livro.
Além dos - muitos - personagens que ele foi conhecendo ao decorrer da história (e eu falo disso rindo, por lembrar das situações) havia também como sua companheira de viagem e ex-mulher, Laura Guedes, que tinha algumas mágoas por ele nunca esquecidas, e que dizia o acompanhar só mesmo pelas boas fotos que conseguiria.
Obs: Ela já residia no país até então, e, quando aceitou acompanhar o Dodô, mal sonhava que ele tinha com si apenas três mil em dinheiro.
A narração dele, assim como no trecho retirado do livro que citei, é cheia de ironias por quase toda ela, carregando com si, bastante humor também. E confesso, sem nenhuma máscara ou disfarce á mais, que invejei o Dodô por quase o livro inteiro, comparado a toda essa minha vontade por conhecer o mundo.

Cidades marcadas devido ao livro On The Road, e mais algumas acrescentadas seja por Laura, ou pelo próprio Dodô. Boas e misteriosas pessoas. Cantores/pessoas famosos já descrentes na cultura beatnik, e muita, muita surpresa, coragem e liberdade. Rs. Isso, é o Fé na Estrada. Considerado para quem o leu, o On The Road do século XXI.


Lido em: Agosto de 2012
Editora: Casa da Palavra
Ano: 2012
Páginas: 301
Nota: ♥ ♥ ♥ ♥   

4 comentários:

  1. Aaaah! Quanto amor esse seu blog *-*
    Confesso que nunca quis ler On the road, mas quem saiba eu leia Fé na Estrada, achei cômico!
    Amei mesmo seu blog, mas gostei tanto que vou vir sempre! rs
    Bjs!

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    1. Obrigaaaaaaaada, Rafaela! ♥
      Ler isso é mais importante do que você imagina.
      Ah, e eu também nunca li On The Road, e para mim a coisa fica um pouco mais estranha porque antes do Fé na Estrada eu nem o conhecia. aushaush
      Mas, enfim, volte mesmo que será sempre muito, muito bem-vinda, viu?
      Beijs!

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  2. Não conhecia esse livro, mas pelo post deve ser ótimooo!!!
    Ameeei!

    Adorei seu blog, muito fofo!
    Já estou seguindo.
    Te convido para conhecer o meu blog.
    Te espero lá.
    Bisous, parabéns e sucesso!
    pequenomuffin.blogspot.com

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    1. Opa! Eu já que vou dá uma olhada por lá sim, Lara.
      Tô cheia de blogs lindos pra ler, na verdade, e logo mais eu farei. hahah
      Ah, e claro, muito obrigada!! Eu só desejo a ti o dobro. ♥
      Não deixe de voltar por aqui mais vezes.

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