Resenha dupla: O Morro dos Ventos Uivantes, Emily Brontë

Sinopse: Na fazenda chamada Morro dos Ventos Uivantes nasce uma paixão devastadora entre Heathcliff e Catherine, amigos de infância e cruelmente separados pelo destino. Mas a união do casal é mais forte do que qualquer tormenta: um amor proibido que deixará rastros de ira e vingança. "Meu amor por Heathcliff é como uma rocha eterna. Eu sou Heathcliff", diz a apaixonada Cathy. O único romance escrito por Emily Brontë e uma das histórias de amor mais surpreendentes de todos os tempos, O Morro dos Ventos Uivantes é um clássico da literatura inglesa e tornou-se o livro favorito de milhares de pessoas, incluindo os belos personagens de Stephenie Meyer.

Fanny: Cor cinza

Dri: Cor azul

Capa: Eu até acho essa capa bonita e tal, mas ela não tem muito á ver com o tema do livro, em minha opinião. Acho que poderia ser melhor.

No ano em que o li eu não sabia quase nada da “reputação” do livro, então que dirá das diversificadas capas que existiam pelo mundo á fora! Rs E confesso que por eu ainda não o possuir, desejo-o comprar com essa edição/capa aqui que é, em minha opinião, a mais linda e de enquadramento melhor a estória. Mas, tratando-se (finalmente) dessa, eu não gosto. Nem da capa e menos ainda da adaptação textual que, logo após d’eu ler algumas outras, pude notar a minha não preferência pela mesma e, claro, diferenças e faltas das quais eu não tolerei tanto.

Por que da escolha? Esse livro é especial para mim, tanto pela estória tocante, como por outros motivos também. E de antemão, eu confesso que é difícil falar sobre ele, mas eu senti uma necessidade de compartilhar minha opinião com vocês e tentar expressar o quanto esse livro é ótimo.

Eu o escolhi por ser uma de minhas leituras preferidas, e da qual já reli por vezes incontáveis. Mas, principalmente ainda, por outros motivos.

Motivos meus.

A estória é feita pela narração em primeira pessoa por Sr. Lockwood e depois por Nelly, sua recém serviçal. 

Tudo se tem início quando o Sr. Earnshaw em uma das suas inúmeras viagens, trás até o Morro dos ventos Uivantes uma criança pobre, chamada de “cigano” por alguns, mas de origem completamente desconhecida. 

A criança em questão é Heathcliff, que com o passar do tempo acaba virando o filho preferido do patriarca, que acaba assim, causando inveja em Hindley — o filho legítimo de Earnshaw. 

Mas, Catherine, sua irmã, sente o contrário  pelo novo menino e se afeiçoa logo de cara com o mesmo, nascendo dali uma relação fortíssima.

Porém, com a morte do Sr. Earnshaw, Hindley cercado de ódio e rancor, coloca Heathcliff para trabalhar como seu escravo. Cathy, vendo a situação dele entende que ele não possui modos, muito menos instrução para ser seu marido. 

A situação social os separa, embora ela seja completamente apaixonada por ele, e algum tempo depois Cathy resolve ficar noiva de Edgar Linton — o oposto de Heathcliff: Um notável cavalheiro, herdeiro de uma granja próxima a sua.

Após isso Heathcliff, amargurado e decepcionado, vai embora do Morro dos Ventos Uivantes, voltando muitos anos depois, rico e totalmente diferente, causando uma grande surpresa a todos. 

A partir daí, os planos de vingança á todos aqueles que um dia foram contra ele e Cath ficarem juntos, começam a entrar em ação e a nos surpreender por tamanha maldade, e ao mesmo tempo por suas grandes demonstrações de amor.

Opinião: A estória é uma grande mistura de ódio, amor e vingança. A autora conseguiu mesclar isso muito bem, e fez de uma forma que o amor sempre prevalecia. Foi o que tornou a estória tocante, e o modo intenso como é descrito também. É tanto que apesar de tudo, do modo como agiu Catherine e Heathcliff, eu não consigo sentir algum sentimento ruim por eles. O livro, na verdade, só me fez sentir a humanidade presente nos personagens, com qualidades e defeitos como nós.

Mostra meio que um amor surreal, com declarações fortíssimas e extremamente tocantes.

“Me deixe louco. Mas não me abandone neste abismo onde não posso encontrá-la. Não posso viver sem a minha vida. Não posso viver sem a minha alma.

Dentre todos os livros que li, O Morro dos Ventos Uivantes é o mais denso, sombrio, “pesado” e com toda a convicção, o mais apaixonado. Sendo que, o “pesado” de que falo, se é referente aos sentimentos exagerados, e misturados (tais como, a Fanny mesmo citou logo acima) durante todo ele. E acrescento até, que se eu não tivesse opiniões tão positivas quanto essas, o mesmo ainda me seria o livro mais marcante, e diferente. Mas, óbvio que não é assim: negativo. Na verdade, o fato dele me ter feito gostar de um personagem tão cruel como o Heath, não foi motivo o suficiente para tal desagrado.

"Se tudo mais perecesse e ele ficasse, eu continuaria, mesmo assim, a existir; e, se tudo mais ficasse e ele fosse aniquilado, o universo se tornaria para mim uma vastidão desconhecida, a que eu não teria a sensação de pertencer."

É um romance fora do comum, diferente de tudo que já li até hoje. E talvez isso seja o melhor, o diferencial.

Se recomendo? Eu sou do grupo das apaixonadas pelo livro, então não há duvidas de que o indico muito. E gostaria até de fazer-lhes um pedido e um aviso: Tenham paciência com ele, pois no começo a leitura é mesmo um pouco parada, e diverge muito entre passado e presente, mais afora isso, o livro é perfeito. 
Não me arrependo nem um pouco de ter persistido nele. 

Faço das palavras de Fanny, as minhas. Por mais que a discordância esteja em uma coisa só: Eu não achei/acho que a leitura seja cansativa ou parada. Coisa que me faz estranha, suponho, porque de todas as resenhas que li sobre, já não me lembro de nenhuma que não cite o quão cansativo é o começo do livro ou algo pertinho disso.

Eu discordo.

Mas entendo.

“— Nem um anjo do céu pareceria mais belo do que ele.”

Editora: Lua de Papel

Ano de edição: 2009

Páginas: 200

Nota(Dri): ♥ ♥ ♥ ♥ ♥ 

Nota(Fanny): ♥ ♥ ♥ ♥ ♥